sexta-feira, 30 de novembro de 2012

silenciador sonífero



Um silêncio decanta na madrugada vazia
O tato sente de mansinho
Qualquer segredo cala no travesseiro
Dorme por séculos que o atropelam

Na sombra insistente de um pensamento tonto
Entretanto solto 
Sobra o medo de morrer calado
Entre as paredes tensas do corredor

O grito seco que dispersou o mistério
ecoou no sonho, amanhã esquecido
Um momento
E outro silêncio encobriu outra madrugada infinita

terça-feira, 27 de novembro de 2012

ESCALIBUR


Qual espada teria
fio 
peso 
tamanho 
ideais para a batalha

que travamos no deserto
frio 
denso
imenso
de dentro de nós mesmos?



enfrentar o caos que está bem a frente
com a lente míope da razão
uma batalha injusta
e não traz mais que o quinhão

o desafio de fazer válido
o que por natureza é vão
uma aventura cuja fuga
é a pior opção



sexta-feira, 23 de novembro de 2012

provocar

pinceladas na caverna
depois a escrita

as presas que intimidaram
antes do sorriso

os valores
logo a vergonha

a direção
e os ventos agora são a favor ou contra

o que precederá
os acasos do futuro?

no lugar de descobrir

o lugar das descobertas
sempre aqui
surge e a madrugada aperta

sempre foi aqui
mas não bastou a mente aberta
restou um canto da paisagem que despercebi

no contorno que se desconcerta
sem certeza de que vi
que nenhuma resposta resta

somente o impulso que no branco verti
condenada toda espera
pulsa, divertido ainda, querendo rir

e apesar do substrato insólito de uma ideia
em que lança impulsivo sua raiz
sustenta daquele lugar uma pequena quirela

que não há no lugar de descobrir
nenhum sentido qualquer meta
que tudo isso numa linha reta encontra seu fim.