quinta-feira, 3 de junho de 2010

Entendo que o aprendizado, a filosofia, também seja um prazer corpóreo. Pensar não exige abdicação dos prazeres; ao contrário: dá prazer.

2 comentários:

Gustavo disse...

Eai diegão, to gostando dessa aventura gnseológica..
Buscando compreender este quebra-cabeças de idéias, dê-me licença para me alongar um pouco aqui.
Com base nas proposições gorleanas anteriores, vemos que: " Há, de fato, diversas coisas que advém de seus respectivos opostos. " E ainda, "Deixar-se iludir por uma miragem no meio do deserto é compreensível: um sonho para se livrar da dor e do desespero. "
Entendo destas duas frases uma ontologia segundo a qual a vida seria naturalmente uma balança procurando o equilibrio, a homestase.
Então pergunto o que o pensamento busca equilibirar ? Ou, de maneira lógica, qual o objetivo do pensamento ? Segundo o semioticista Peirce, o objetivo do pensamento é aplacar a dúvida.
Qual a natureza da dúvida ? Uma certa irritação, um desconfoto cerebral, diz o autor. Então, uma teoria é feita com base em uma irritação real. No começo, o corpo sente-se desconfortável, e assim, começam a surgir imagens, idéias, até que enfim, começa a "balbuciar" monossilabos.
Seria então, o desconforto fisísco que engendra a comunicação, e anteriormente, o pensamento ? E por isso, ele se torna prazeroso, isto é, na medida em que cessa o desconforto neurológico.

dgorla disse...

ei, Gu, gostei das considerações. compartilho da observação da origem na dor, no desconforto, não só para o pensamento mas para qualquer movimento. É aquela: "pés aquecidos se recusam a andar". O objetivo do pensamento é lidar com o mundo de maneira mais efetiva. Nesse terreno, é o "como" que me interessa, não o porquê.