sexta-feira, 28 de maio de 2010

em tempos de fabricação industrial humana e destruição em massa...

o avanço tecnológico nos tornou capazes da autodestruição bem antes de nos tornar capazes da perpetuação.
Assim, toda promessa da ilustração, a promessa da ciência como boa luz para nos guiar, pode terminar por nos custar a própria existência.
Talvez a ciência seja um perigo para a espécie, assim como a metafísica platônica é um perigo para cada indivíduo.
Isso porque o modelo sempre quer substituir o modelado; a explicação deseja tomar o lugar daquilo que se explica; o nome quer ser o próprio nomeado.




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APENAS DO MEU LABOR POSSO VALER-ME.

O trabalho aprisiona. Mas em algumas circunstâncias, uma prisão razoavelmente confortável é mais desejada que a liberdade dura e fria, em que temos que literalmente lutar pela sobrevivência.



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Imitamo-nos porque a genuina originalidade infere absoluta imotivação e,se tal fosse possível, nos acometeria de tamanha perplexidade que cada movimento tornaria-se muito mais difícil. A vida fica muito mais difícil em um (im)possível estado de total liberdade.

3 comentários:

sinapses disse...

A total liberdade também, em si, é impossível..
a liberdade, só pode haver, de maneira restrita, mesmo que sua restrição seja o que existe no universo.

gu disse...

sobre a primeira proposição:

talvez seja um problema de percepção.. um atraso cognitivo, que na verdade, seria uma vantagem evolutiva. Pois esse atraso cognitivo permitiria que nos auto-destruamos sem se incomodar e de maneira tranquila..

Anônimo disse...

todo modelo deseja vingança. A ciência quer matar o mundo real. A autodestruição é somente uma capacidade, uma energia potencial. Aliás, sempre fomos capazes de darmos cabo de nós mesmos. A diferença é que agora somos capazes do aniquilamento da espécie. É inegável a possibilidade de, num lapso, em algum estado patológico que a humanidade possa experimentar, de repente exterminar-mo-nos. É um risco que a ciência nos proporcionou.